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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Homens! Sejamos mais femininos... Você tem medo ?

Recentemente, li um artigo em uma grande publicação de público masculino, em que o autor se dizia cansado de não ver a sua classe valorizada pela “jornada-tripla”: além de os homens trabalharem, eles participam ativamente da educação dos filhos e da vida doméstica, e ainda são eles quem trocam o pneu do carro ou são intimados para determinadas tarefas exclusivamente masculinas
Ok, os homens realmente estão aprendendo a participar do dia a dia doméstico, entendem e querem cada vez mais a responsabilidade de cuidar e educar filhos, desvinculando-se do papel de provedor exclusivo da família.

Mas este foi apenas um passo na evolução da espécie masculina. O verdadeiro desafio hoje para o homem é ir ainda mais além: adquirir características essencialmente femininas, e não somente realizar tarefas e responsabilidades que antes pertenciam à mulher. Está certo que adquirir características típicas do sexo oposto (e justamente o nome já diz: oposto, completamente diferente de nós) não é algo que soa muito atraente.

Mas para o mercado, garanto que é extremamente atraente. Na fase pré-histórica, o homem era tido como predador, e por muito tempo o mercado foi de fato predatório, agressivo. Houve uma mudança nos últimos oito a dez anos, o mercado saiu da transação para a relação. Vendedores agressivos, por exemplo, costumam ter sua parcela de clientes fiéis, porém, a atenção que as mulheres dedicam às regras é imbatível e transforma seu trabalho em uma atividade superprofissional.

Tanto que aquela discussão de desigualdade salarial invariavelmente chegará a um fim. Essa diferença já não é mais um realidade, está acabando substancialmente. Basta avaliar que a mulher hoje possui 48% do poder de compra, e estamos falando de compra com sua própria renda. A tendência é que atinjam os 52% até 2012. O mesmo se repete no índice de frequência em MBAs da Fundação Getúlio Vargas, por exemplo, que conta com 51% de profissionais do sexo feminino. Além disso, 28% das mulheres hoje são o “cabeça” do casal, ou seja, quem responde pelo sustento da casa.

Para vencer no mercado altamente competitivo, para crescer na empresa, para fechar bons negócios, para vender mais, para fidelizar clientes, para investir certo, para não perder mais tempo com lobby e relacionamento vazio entre executivos que não levam a nada: basta desenvolver habilidades chave das mulheres.

Quais habilidades seriam essas?

As mulheres têm visão periférica, sabem ver o todo de uma vez, interligar relações, chegar a conclusões com base em mais de uma informação ao mesmo tempo. As mulheres prestam mais atenção ao que é dito, sabem ouvir e interpretar com muito mais sensibilidade as necessidades do interlocutor – seja ele um cliente, um colega de trabalho, um chefe, ou um funcionário. Elas sabem ouvir.

Com menos recursos, as mulheres conseguem planejar e trabalhar a relação. Ela tem prática nisso. Gosta de trocar experiências, de fazer infinitas comparações entre as experiências relatadas e as vividas de fato. Ser mais eficiente hoje é equilibrar razão e emoção, e as mulheres saem ganhando.

Diante da tecnologia, as mulheres conquistam postos de destaque e de poder em empresas de TI, e todas as que não estão na área se utilizam de equipamentos e acessórios altamente tecnológicos - e ainda dispensam os manuais. Elas são capazes de reunir tanta informação ao mesmo tempo e processa-las com clareza, que a tecnologia na verdade oferece ainda mais possibilidades de se subdividirem em mil tarefas e assumir maior quantidade de afazerem ao longo do dia.

São essas e outras habilidades que tem alçado as mulheres a uma área ainda de maioria masculina: a política. Não é à toa que entramos em 2011 com a primeira mulher presidente do Brasil. Será uma questão de tempo até que a política brasileira tenha mais espaó para elas.

Mas então nós, homens, estamos perdidos? De maneira alguma. Como disse, é possível desenvolver características femininas, entende-las como diferenciais eficazes, e apostar que vai dar certo. A boa notícia é que estudos recentes comprovam que tanto homens quanto mulheres podem ter comportamentos mais femininos ou mais masculinos de acordo com a quantidade de testosterona a qual são expostos durante a gravidez.

A ideia de que as mulheres desenvolvem mais o lado direito do cérebro e os homens o esquerdo já não é tão contundente assim. Ou seja, muitos homens possuem essas habilidades tipicamente femininas, e eles devem colocá-las em prática no trabalho e no relacionamento com clientes. Eu já comecei a desenvolver as minhas habilidades há tempos. E você?

Cláudio Tomanini é palestrante, professor de MBA da FGV, autor do livro “Na Trilha do Sucesso” (Editora Gente), especialista em Marketing e Vendas.
(www.tomanini.com.br)

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